terça-feira, 23 de agosto de 2011

Gigantesca "pluma de gás" em estrela de Órion


Sem dúvida alguma, a constelação de Órion é uma das mais belas do firmamento e junto ao Cruzeiro do Sul é uma das primeiras que aprendemos a reconhecer desde pequenos. Além das "Três-Marias", Órion também abriga a conhecida Betelgeuse, uma supergigante vermelha que a cada dia se torna mais fascinante e perigosa (clique na imagem ao lado para ampliá-la). Betelgeuse não é uma estrela qualquer. Além de ser uma das mais brilhantes do céu noturno, Betelgeuse é também uma das maiores estrelas conhecidas, superando em mil vezes o tamanho do nosso Sol. Seu brilho é tão intenso que seriam necessários mais de 100 mil sóis para igualar sua luminosidade. No entanto, toda essa grandiosidade tem um preço e Betelgeuse está próxima de seu fim. A estrela consome violentamente sua massa e quando seu combustível se esgotar explodirá em uma supernova tão intensa que poderá ser vista da Terra até mesmo durante o dia.

Nesta semana, cientistas europeus ligados à Organização Astronômica Europeia para o Hemisfério Sul, ESO, revelaram mais uma faceta dessa supergigante e descobriram que a perda constante de massa estelar criou uma gigantesca pluma de gás do tamanho do Sistema Solar. Além disso também descobriram uma gigantesca bolha que parece flutuar sobre a superfície da estrela.

A descoberta da trilha de gás foi feita através do instrumento NACO de ótica adaptiva, que combinado a outras técnicas instrumentais permitiu aos cientistas obterem a mais nítida imagem de Betelgeuse até hoje feita. A nitidez atinge o limite teórico para um telescópio de 8 metros de diâmetro que é de 37 miliarcossegundos, equivalente a enxergar uma bola de tênis a 400 quilômetros de distância.

As observações, feitas com o telescópio VLT nos andes chilenos, revelaram que o gás da atmosfera de Betelgeuse se move vigorosamente para cima e para baixo e que a bolha formada é tão grande quanto a estrela. As primeiras observações indicam que a ejeção da gigantesca pluma é consequência direta desses movimentos em larga escala.

Para ver a supergigante vermelha basta localizar a constelação de Órion e se orientar pela carta celeste mostrada abaixo (clique para ampliar). Nessa época do ano (julho/agosto) a constelação nasce aproximadamente às 3h30 da madrugada e fica visível até os primeiros raios de Sol. Durante os meses de fevereiro e março, Órion pode ser vista no céu durante quase toda a noite a partir das 19 horas.

(Apolo 11)

Um comentário: